domingo, 11 de novembro de 2012

Mariana Rios nega anorexia e relembra tempos em que vendia trufas


A entrevista deste domingo é uma ode à força de vontade e à simplicidade. A mineira Mariana Rios, linda, chique e exuberante na foto ao lado, esconde por trás de tamanho luxo e beleza desta imagem uma menina batalhadora e sem vergonha de esconder um passado de luta. A 'forasteira' veio ao Rio, como muitos, tentar a vida como atriz. Mas até a oportunidade bater à sua porta ela batalhou muito, fazendo de tudo um pouco.

Distribuiu panfletos na rua, vendeu bijuteria, trabalhou como vendedora de loja e, de cestinha na mão, vendeu trufas e pão de mel pelas ruas da Zona Sul. É esta a história que é o gancho da entrevista de hoje com a atriz que está brilhando em 'Salve Jorge' com a mimada Drika. A personagem já deixou muito marmanjo de boca aberta com o strip-tease logo no capítulo de estreia. É esta moça simples e simpática que você vai conhecer um pouco mais a partir de agora.



Existiu hipótese de você ser a protagonista de 'Salve Jorge'?
Não sei disso, nunca tive essa informação. Não sei de onde surgiu, fiquei tão surpresa quanto vocês.

Como surgiu o convite para 'Salve Jorge'?
Eu trabalhei em 'Araguaia' com o Marquinhos Schechtman (diretor). Era uma personagem bem diferente da minha primeira personagem em 'Malhação'. Nossa relação em 'Araguaia' foi muito boa. Quando surgiu a história de 'Salve Jorge', ele me ligou e fez o convite. Mas ainda não havia uma personagem definida. Ainda não sabia se ela seria brasileira ou seria turca. Quando ele me convidou, eu fiquei de fazer uma viagem para a Turquia. Passei uma semana em Istambul. Amei! Fui para mergulhar mesmo na história do lugar, das pessoas e da cultura.

Como foi a experiência de Istambul? Era diferente do que você tinha lido sobre a Turquia?
Quando comecei a fazer uma pesquisa, pensei: "será que vou gostar desse lugar?". Porque eu gosto de coisa moderna, lugares mais contemporâneos. Mas quando cheguei, fiquei louca, eles misturam tudo ali. Um lugar novo, mas também com uma cultura tradicional. É um lugar de transformação, voltei renovada.


Muita gente diz que você está magra demais...
Não acho, não. Sempre fui magra. Devo ter emagrecido 3 quilos. Sempre oscilei. Desde menina, sempre tive problema com a magreza. Eu tomava Biotônico Fontoura, fazia tudo pra engordar. Sempre fui boa de garfo, meus pais cozinham muito e eu também sempre gostei de cozinhar. Comida mineira mesmo. Nunca foi saladinha com grelhado. O Diego (namorado) sofre aqui em casa. Ele diz: "Gente, quando é que vai começar a ter salada com grelhado aqui?". É sempre arroz, feijão, carne, fritura. Adoro comida temperada. Comecei a encorpar com 18 anos, mais perna, mais bumbum. Depois, fui emagrecendo. A diferença agora é que faço pilates. Nunca fiz dieta, não sei o que é isso.

Mas você malha?
Não. Só pilates. Pilates me definiu, me deixou sequinha. Pilates e massagem modeladora.

E essa mineirice dificultou fazer uma cena de strip no primeiro capítulo?
Não (risos). A Drika é assim, aquela não é a Mariana. Ela é muito diferente de mim. É bem mais segura que eu. Quanto à cena, não tive problema pra fazer.

Você vai encarnar um personagem quando for posar nua?
Quando eu for posar nua???

Você não vai posar nua um dia?
Acho que não (risos). Nunca esteve nos meus planos, nem tenho vontade.

Mas você não tem ambições materiais que poderiam virar realidade com o cachê que as revistas pagam?
Como todo mundo, tenho sonhos materiais, sim. Mas meu pensamento hoje, no jeito que eu levo a minha vida, o dinheiro entra em quinto plano. Já recebi convite pra fazer. Não vou dizer nunca. A gente não sabe o que pode acontecer. Mas, nesse momento, não aceitaria por dinheiro nenhum.

E a proposta que você recebeu era boa?
Eu nem quis ouvir, não teve reunião. Não está nos meus planos agora.



Você já está morando com o Diego, né?
Sim.

E você disse uma vez que, mesmo morando com ele, vai querer ficar noiva, casar, tudo certinho, que o casamento viria depois de 'Salve Jorge'. Quais são os planos?
Eu e Diego (Di Ferrero, vocalista do NX Zero) namoramos há três anos e meio. Ficamos noivos há sete meses. Acho que é esperar mesmo. Temos nossa casa no Rio, nossa vida, não temos uma rotina e a gente gosta muito disso. Quando ficamos juntos, é sempre maravilhoso. Não sei como vai ser meu casamento. Cada dia acordo de um jeito. Tem dia que faço até lista de convidados. No outro dia, já não quero fazer festa. Não sei como vai ser, mas vai acontecer.

Mas é pra agradar à sua família?
Não. Nós dois queremos.


Seu foco nesse momento é a carreira?
É. Perdi muito tempo, vim pro Rio muito cedo, tinha acabado de fazer 18 anos. Não caiu do céu, minha batalha vem de muito tempo.

Alguém na sua família acreditava que você ia chegar tão longe e tão cedo?
Acho que todo mundo na minha família sempre acreditou. Meus pais sempre acreditaram e eu precisei muito deles. Vim sozinha pra cá. Ligava pra eles quando estava chateada. Eles me apoiaram pra resistir aqui toda vez que recebia um não. Acontecia alguma coisa e eu falava "vou tentar mais dois meses". Minha vida foi de dois em dois meses e estou aqui até hoje.

E sempre com a ajuda financeira dos seus pais?
Sim. Eles mandavam o dinheiro da escola, porque não sou de família rica. E aí eu também trabalhava.

Qual era o seu trabalho?
Eu era vendedora na loja In+Up, no Shopping Rio Sul, à tarde, e de manhã fazia a CAL. Mas saí logo do shopping porque estava me atrapalhando nos testes que eu queria fazer, porque vim com esse objetivo. Mas eu fiz muita coisa (risos). Tinha um moço na minha cidade que me mandava trufas. Então, eu vendia trufas, pão de mel, bijuterias. Porque aí eu pagava o meu aluguel. Eu morava numa república.

Onde você morava?
Nossa, morei em vários lugares. Quando cheguei no Rio, morei na Tijuca, depois fui para a Glória, depois voltei para a Tijuca, depois fui para Copacabana, depois Ipanema e, quando entrei para a 'Malhação', fui morar na Barra. Mas eu ganhei um dinheiro com as trufas. Saía de casa com 50 e tinha que voltar com todas vendidas, senão no outro dia elas já estavam derretidas.

Onde vendia as trufas?
Vendia na CAL, vendia no teatro, passava no shopping também. "Gente, tem trufa e pão de mel, alguém quer para o lanche?". Passava nos pontos de táxi: "Oi, gente, alguém quer uma trufa?". Eu nunca tive vergonha e problema com isso. Eu tinha que arrumar um jeito de ganhar dinheiro e não dava para ter trabalho fixo senão eu ia sair do meu objetivo. No shopping, o trabalho era de 16h às 22h e de segunda a segunda.

Então esse trabalho de vender trufas e bijuterias era mais fácil, né?
É. Eu vendia bijuterias de uma amiga de Araxá e até virei garota-propaganda dela (risos). Ah, eu vendia Avon, com aquela revistinha, sabe?

Sei.
Chegava com a revista, via o que a cliente queria comprar. Daí, a minha mãe pedia e mandava pra mim. Depois de 'Malhação', quando eu já estava fazendo 'Araguaia', assinei um contrato com a Avon. Fiquei superemocionada, "gente, não acredito que eu vou me ver nessa revista". Quando cheguei lá no estúdio, contei pra eles, contei para o Biaggi. Falei pra eles que era um dia muito especial, porque eu vendia Avon e andava sempre com aquela revistinha na mão. Como o mundo dá voltas, né?

E você é o exemplo disso tudo, né?
Não só vale a pena, como você tem que acreditar no que você quer. As coisas ficam mais fáceis quando você acredita.

E o sabor da vitória também é melhor, né?
Com certeza. Sentir o gostinho de que você lutou tanto e está acontecendo é ótimo.



As pessoas reclamam do seu sotaque ou não?
Eu, hoje, tiro meu sotaque tranquilamente. Na vida, é mais complicado, porque sou eu, é meu jeito. Se eu mudo minha maneira de falar, eu mudo o que eu sou.

O seu carisma está ligado ao seu sotaque?
Ah, acho que a maneira como você fala e se comporta faz você. Eu sou isso. Lógico que com os personagens é diferente. Eu pergunto aos diretores, peço pra me falarem se tiver algum deslize com o sotaque, mas nunca falaram nada. Acho que essa coisa do sotaque ficou marcada por conta de 'Malhação', porque minha personagem era mineira. Eu deitava e rolava na gíria e fazia um sotaque até bem mais forte que o meu. Eu não falo arrastado como ela falava. O mineiro fala "andano" e eu perdi um pouco disso porque aqui se fala "andando" (risos). Quando fiz 'Araguaia', fiz sem sotaque. Mas ficam sempre esperando uma escorregada (risos). Mas ainda estou no meu terceiro trabalho, quero aprender cada dia mais, estou no maternal, engatinhando.

O que mais te irrita na imprensa?
Nunca tive problemas com a imprensa, só não gosto quando sai algo que é mentira.



E a Drika? O que esperar dela? Ela vai se tornar uma vilã?
Até agora, a personagem tem muito humor. Mas ela tem esse problema da distância da mãe, é filha única, sempre foi mimada e nunca lutou por nada.

É ruim estar numa novela com tantos personagens?
Não pensei nisso. Quando soube que a novela era da Gloria, me empolguei.

Qual é o segredo para estampar tantas capas de revistas?
(risos) Acabou de chegar aqui em casa a 'Nova', a 'Corpo a Corpo', a 'VIP', a 'Manequim', 'Cabelos & Cia'. A 'Boa Forma' vem daqui a quatro meses.

E qual é o segredo? Uma boa assessoria?
É uma boa assessoria também. Como eu sabia que ia fazer novelas desde janeiro, já vinha recebendo convites. E eu adoro tirar fotos, dar entrevistas.


Fonte: O Dia Online

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